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MORTE DOS OLHOS, A

CONTADOR BORGES

  • R$ 53,00

Verve nua em semelhança

de água e brilho

inflexível

contra o vento, uma adaga

ou silaba tão cortante que perpassa

o outro lado

da carne

no tempo em que a pálpebra

recolhe

os novos olhos, sóis, oásis,

humor aquoso

e outros lagos multicores,

seres avessos

como dois ventrículos sonoros

no lado escuro do corpo,

pêndulos siameses de idênticos

sopros e pesos

ao fundo das sombras:

ária desmedida

de paixão em riste.

 

Sobre a poesia de Contador Borges

 

A Morte dos Olhos:

Gostei muito, em primeiro lugar, do ritmo, infalível, contínuo, sustenido de cabo a rabo; depois, da capacidade de espargir o corpo, desagregar a realidade, a partir de um tom, digamos, espiritual, que, por sua vez, se sustém o tempo todo; o poema flui, meandro luminoso, adentrando as terras complexas do corpo astral e próximo, fazendo do palpável um exercício respiratório, um exercício espiritual deslumbrante.

José Kozer

O reino da pele:

se há uma aura de misticismo nessa poesia, trata- se de um misticismo pagão, carnal. O próprio titulo do livro é uma referência a escritores que, de Sacher-Masoch (A Vênus das Peles) a Georges Bataillee (História do Olho), fazem do ato sexual uma liturgia cujo altar é o corpo —um corpo segmentado por fetichismos que perturbam a ordem natural, Conferindo uma estranha nobreza à pele dilacerada, aos membros que definham e apodrecem como num bronze de Giacometti.

Manuel da Costa Pinto

Na poesia de Contador, a única certeza é a total ausência de estabilidade, de imutabilidade ou perenidade: no livre fluxo de imagens — vale dizer, na escritura típica de um barroco transtornado — nasce uma gama de dúvidas e possibilidades em que se fundamenta, talvez, a única chance de liberdade.

Claudio Daniel

Contador Borges é um poeta da imagem pura, do salto, um ser da linguagem. Não se vale do pensamento para explicar. Não é um autor da visão, mas da alucinação. Deforma o mundo literalmente para formar o seu próprio mundo.

Fabricio Carpinejar

 Angelolatria:

(...) Assim, na poesia de Contador Borges, aquilo que chamamos forma não é a fatura, nem a função poética, nem o trabalho ornamental dos signos. Não. A forma dessa poesia está em abrir a janela e ver que cada dia e cada coisa são únicos — não porque sejam diferentes, mas porque sua diferença é a da busca singular de um fim, de uma catarse.

(...) É simplesmente a consumação natural de onde decorre toda e qualquer beleza. Pois a beleza é prêmio, é moira.

Antonio Medina Rodrigues

 

Autor(a) Luís Augusto Contador Borges
Nº de páginas 80
ISBN 978-85-7321-266-2
Formato 14x19cm

Autores

CONTADOR BORGES

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