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Estamos diante de um livro que pretende contemplar três desafios: falar da psicose através das fronteiras que lhe são próprias, apresentar a noção de espaço que se atualiza nas diferentes relações com outros, e mostrar as extensões dessas elaborações no laço social de nossa época.
Ao reunir esse conjunto de textos recobre-se um vasto campo de questões da prática e teorização com sujeitos psicóticos . Questões que se iniciam com a retomada da paranoia na tradição psiquiátrica, avançando até uma análise rigorosa do Unabomber, com quem o autor trocou três cartas desde a prisão em Montana, nos EUA. Privilegia, ainda, as condições aqui formuladas, para que o psicanalista e o psiquiatra possam estar a altura da responsabilidade ética que é comum a cada um deles. Por isso mesmo, não irá se furtar em apresentar o que a sua prática de apresentação de pacientes em hospitais psiquiátricos contribuem para fazer avançar a clínica.
A ligação com os conflitos de nosso momento histórico evidencia que a paranoia vai além dos lugares onde é habitualmente encerrada, mostrando, como Freud havia afirmado, a ligação do individual com o coletivo.
Mauro Mendes Dias é Psicanalista, Diretor presidente do Instituto Vox de pesquisa e formação em Psicanálise, SP. Responsável pelo Seminário Enlaçamentos e desenlaçamentos do inconsciente. Membro fundador do Laboratório de Topologia psicanalítica, política e paranoia. Livros publicados pela Iluminuras: Por causa do pior, em parceria com Dominique Fingermann; Ódios: clínica e política do psicanalista; O discurso da estupidez; Entre baratas e rinocerontes.