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TEMA: Diversão e aventura
GENERO: Conto, crônica, novela
CÓDIGO 1350 P23 03 02 000 000
CATEGORIA: 4º e 5º ano do ensino fundamental / 4º e 5º ano do ensino fundamental
OBRAS
978-65-5519-132-5 (Estudante)
978-65-5519-133-2 (Professor)
Carta ao professor
Este material tem a intenção de contribuir para que vocês desenvolvam um trabalho aprofundado com a obra As aventuras do Barão Munchausen em sala de aula. Vocês encontrarão informações sobre o autor, sobre o gênero e também algumas propostas de trabalho para a sala de aula que poderão ser exploradas livremente, da forma que vocês considerarem mais apropriada para os seus estudantes.
A obra é um mergulho em uma aventura grandiosa da personagem Barão de Munchausen, contada em primeira pessoa. E como toda aventura de grande porte, essa história está recheada de fatos fantásticos que levam nossa imaginação a lugares onde a realidade crua, do jeito que conhecemos, não tem espaço. Como afirma Cecília Meireles num de seus ensaios, intitulado Aspectos da literatura infantil, existem textos que não foram escritos para crianças, mas que, por uma razão ou outra, acabaram caindo em suas mãos, e elas os apreciaram. É o caso de As aventuras do Barão de Munchausen, que começou como sátira às fanfarronadas atribuídas a esse oficial quando contou suas proezas na Rússia, por onde andara a combater os turcos. As primeiras aventuras do Barão foram publicadas em forma de anedotas, entre 1781 e 1783. Rudolph Erich Raspe recontou-as e reuniu-as em livro com outras, também protagonizadas pelo mesmo Barão.
Essas histórias eram consideradas contos populares e foram vendidas nas ruas - algo comum à época com esse tipo de literatura. Em pouco tempo, contudo, o livro alcançou enorme sucesso, cativando diversos públicos. Penetrou nas bibliotecas infantis e circulou em quase todos os idiomas, nas mais diversas adaptações.
Mas a pergunta que não quer calar é: o Barão de Munchausen existiu realmente? E a resposta é sim, ele realmente existiu! Seu nome de batismo era Karl Friedrich Hyeronymus, nascido em 11 de maio de 1720, em Bodenwerden, na Alemanha. Foi pajem, depois promovido a tenente, serviu num regimento russo e, acredita-se, teria lutado em duas guerras turcas. Depois de doze anos de serviço militar, aposentou-se. Voltou, então, para sua terra natal, onde morreu em fevereiro de 1797. Mas não sem antes, é claro, entreter, nas recepções que oferecia, amigos e convidados com suas aventuras fenomenais e incríveis viagens a terras estrangeiras.
Nos dias de hoje, aspectos polêmicos das aventuras do Barão Munchausen podem ser questionados e debatidos em sala de aula, especialmente a forma como os animais são apresentados na narrativa e a grande exaltação à prática da caça, que atualmente é proibida, além de já existirem leis públicas de proteção aos animais. É de grande valia que o educador dê ênfase ao período histórico em que essa história é contada, tanto para não chocar os alunos, como para não exaltar determinadas atitudes do Barão, principalmente porque estamos lidando com cidadãos em formação e nosso desejo é que eles, cada vez mais, façam parte de uma sociedade justa e humanitária.
As Aventuras do Barão Munchausen, contadas por ele mesmo e com muito humor – ou seja, grandiosas mentiras contada por um adulto – são o grande feito deste livro. E talvez seja exatamente por isso que o público infantil se identifique e se encante com essa narrativa repleta de fatos irreais que nos levam pouco a pouco para um mundo mágico e absurdo – no melhor dos sentidos. Convenhamos: uma boa mentira contada por um bom contador de histórias atrai leitores de todas as idades.
Ao longo do manual, todos esses aspectos serão explorados e relacionados a sugestões de atividades. Com isso, pretendemos oferecer algumas ideias e inspirações para um trabalho que pode ser desenvolvido tanto a curto, quanto a médio e longo prazo. Sinta-se à vontade para personalizar a aula e torná-la sua, aplicando seus conhecimentos, sua personalidade e aproveite para fortalecer seu vínculo com a turma.
Boa aula!
Sobre o livro
Sabe aquelas típicas histórias de pescador? Substitua as pescarias por caçadas, batalhas e viagens, e imagine que elas são contadas por uma pessoa muito exagerada. Assim você já tem uma breve ideia das peripécias narradas no livro As aventuras do Barão de Munchausen.
O Barão de Munchausen é um personagem muito popular na literatura, principalmente na Europa, e suas histórias foram reunidas em livro pela primeira vez em 1785, pelo alemão Rudolf Erich Raspe. Na obra, o próprio Barão narra para alguns convidados os acontecimentos fantásticos que viveu em suas viagens pelo mundo. Enquanto tenta escapar da morte, encontrar seus amigos e salvar a cidade do ataque dos turcos, o Barão relembra a aposta com o Califa, a visita à Lua, a dança com Afrodite, entre outras aventuras. Ele cavalga durante uma batalha em um cavalo cortado ao meio; consegue escapar do ataque simultâneo de um leão e um crocodilo; é lançado contra uma cidade sitiada montado em uma bala de canhão – e por aí vai.
O texto é engraçado, pois, a todo momento, o Barão conta como brigou com alguém que duvidou dele. Ele também diz que não gosta que outras pessoas contem suas aventuras, porque elas acabam exagerando e comprometendo a veracidade dos casos…
A primeira metade do livro é mais pitoresca e engraçada; a segunda é mais imaginativa, quase surreal, com o protagonista visitando uma ilha feita de queijo, conhecendo os moradores da lua e encontrando deuses mitológicos como Vulcano e Vênus. Mas por que o Barão de Munchausen – o maior mentiroso de todos os tempos, talvez só não mais que os grandes pescadores do litoral brasileiro – cativa tantas pessoas há muito tempo? Simplesmente por que essas aventuras são, em sua essência, um dos maiores prazeres da humanidade: a arte de contar e ouvir boas histórias — sejam elas verdadeiras ou não.
