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LOUCURA DE ISABELLA, A

FLAMINIO SCALA

  • R$ 179,00

O que é Commedia dell’Arte? É aquele fenômeno teatral nascido na Itália, que em seguida se espalhou pelo mundo todo, e que pode ser visto como a base do teatro moderno. Um teatro primordial fundamentado no gesto, na máscara e na improvisação. Não é tarefa simples desvelar os “segredos” desse tipo de teatro: muita confusão, tanto com relação às origens quanto com relação a seus desenvolvimentos. Ainda hoje são realizados estudos sobre esse fenômeno cujo auge de desenvolvimento se deu no século XVI; foi retomado pelos maiores diretores teatrais contemporâneos – especialmente os russos – alguns dos quais tiraram daí as bases das teorias sobre as técnicas do movimento corporal. Dizia-se que um dos elementos da Commedia dell’Arte – ou Comedia all’antica improvvisa italiana – era a improvisação, ou seja, a liberdade, como também a capacidade, de um ator inventar, na hora, seu papel. A Commedia não se baseava nas regras do teatro clássico, que previa um texto redigido em sua inteireza; em geral os atores combinavam as falas para cada ocasião, em torno de um tema preestabelecido (roteiro). Muitos dos cômicos mantinham diários em que registravam as falas e os lazzi de maior efeito para o público, e os tornavam a utilizar, aperfeiçoando-os; de resto o espetáculo era constituído por um canovaccio, ou seja, o esqueleto de uma trama no qual, as vezes, também constavam algumas falas. A Flaminio Scala muito deve o progresso obtido pelos estudos de hoje sobre Commedia dell’Arte, e o progresso da Commedia também. Scala foi ator e capocomico – precursor do diretor teatral – no século XVII, e foi sobretudo eclético inventor de canovacci, sobre os quais se desenvolveram espetáculos da Commedia a partir do tema que ninguém mais do que aquele que professava o oficio de chefe da companhia podia produzir para as encenações. Sua grande intuição foi a de escrever esses cenários que ele próprio entregou para a impressão pela primeira vez. “O teatro das fábulas representativas” representa o manual daquilo que naquela época era o teatro cômico. Com a Commedia dell’Arte também se afirma a profissão de ator. Foi durante a difusão do fenômeno de que falamos que se constituíram as primeiras companhias de cômicos que fizeram da arte de representar uma profissão com a qual se sustentar. As crônicas daqueles tempos falam também de mais um acontecimento importante: o da entrada em cena das mulheres. O teatro fora perseguido pela igreja durante a Idade Média e tachado de ser lugar de perversão e perdição – tanto que quem pertencia àquele mundo era sepultado em solo desconsagrado – impensável portanto que uma mulher pudesse fazer parte daquilo sem ser assimilada às prostitutas. Não é difícil entender, portanto, o quanto isso tornasse difícil a vida dos capocomici daquela época, que se viam obrigados a montar cenas românticas com um homem no lugar de uma moça graciosa. Parece que os primeiros rastros de uma mulher em cena remontam a meados do século XVI. Entre as mais afortunadas e famosas estava Isabella Andreini. Desse universo feito de máscaras e lazzi nos restam poucos elementos, rastros espalhados no mundo inteiro, particularmente na Europa. Não é de surpreender que um mundo ainda tão misterioso constitua um manancial de estudos para os cultores da matéria, assim como não surpreende que após um sono que durou anos tenha sido retomada nas cenas do século XX por Max Reinardt, Meyerhold, Strehler e outros diretores de teatro contemporâneos. Muito foi dito, muito ainda há a ser dito e esclarecido esperando que um dia o “segredo” da fortuna e do declínio da Commedia dell’Arte possa ser totalmente desvelado.

 

Daniela Bolognetti

Crítica de teatro, colaboradora do Piccolo Teatro de Milão.

 

Roberta Barni – Italiana radicada no Brasil, é formada em direção teatral pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Da prática teatral foi passando para o seu estudo e acabou se especializando em tradução. É mestre em Língua e Literatura Italiana e doutoranda em Linguística – Tradutologia junto à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Autora de alguns textos teatrais, um dos quais, que data de 1985, é uma reescrita a partir de um canovaccio de Flaminio Scala. Estuda Commedia dell’Arte e suas técnicas desde os tempos em que também se dedicava à prática teatral. Tradutora literária, entre os autores italianos que traduziu, estão Manganelli, Calvino, Tabucchi, Ripellino, Pirandello, Pontiggia, Baricco, Verga, Consolo. 

Autor(a) Flamino Scala
Tradutor(a) Roberta Barni
Nº de páginas 416
ISBN 85-7321-195-4
Formato 16x23 cm

Autores

FLAMINIO SCALA

Tradutores

Roberta Barni

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